quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Como lidar com a mortificação

Oi Galera,

Interrompo a programação dos vídeos para dividir uma pequena mensagem com vocês que está no meu coração. Não consegui gravar o próximo vídeo ainda, as coisas foram corridas desde nossa viagem do feriado de Ação de Graças. E depois disso muitas circunstâncias me levaram a um lugar não muito agradável, o lugar da mortificação.

Se você já passou por este processo vai entender do que estou falando, se você ainda não passou por este processo, e pretende seguir na caminhada com Deus, se prepare, porque é inevitável.

Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Romanos 8:13

O processo da mortificação é necessário e importante para nossa caminhada e para nosso bem estar. Neste processo literalmente matamos coisas em nós, partes de nós que não eram agradáveis ao Senhor e que prejudicavam a nós e as pessoas ao nosso redor.

Acho que o que faz do casamento e ter filhos uma das coisas mais difíceis da vida é o fato de que nos encontramos com nós mesmos constantemente.

Quando nos casamos, nossos estilos de vida, de fazer as coisas são diferentes um do outro. E leva um tempo até nos adaptarmos um ao outro e escolhermos qual será NOSSO jeito de viver e de fazer as coisas. No casamento nosso cônjuge não é obrigado a aceitar nossas atitudes ruins, e a dinâmica é bem diferente de morar sozinho ou de viver com os pais.

Não canso de falar isso para minhas amigas solteiras. Quando somos solteiras, e algo acontece que não gostamos, vamos para o nosso quarto e fechamos a porta. Lá é nosso lugar de ficarmos sozinhas e refletir, de ficar emburrada com o mundo. Mas quando casamos esse 'meu quarto' não existe mais. Agora é nosso quarto, e não temos mais para onde fugir. Os conflitos precisam ser resolvidos para seguirmos em frente.

Para resolvermos a maioria desses conflitos precisaremos lidar com nós mesmos. Nossa forma de ver as coisas, de lidar com os problemas, de pensar, de conversar, etc...

Vamos ter que aprender a ceder, a perdoar, a não estar sempre certo, e acima de tudo a querer resolver a situação o mais rápido possível. 

Eu vim de uma criação onde nunca conversávamos para nada. Se havia alguma discussão, as pessoas não se falavam por um tempo, e depois voltavam a ser falar sem conversar sobre o assunto e sem pedir desculpas. Levar este tipo de atitude para dentro do casamento é suicídio.

Tenho aprendido cada dia mais a importância do diálogo, de conhecer o outro, de ouvir, de aprender com o outro. Apenas ignorar as situações da nossa vida, a longo prazo, não traz benefícios, apenas mágoas e relacionamentos mal resolvidos.

O que o inimigo mais quer é nos separar das pessoas, nos separar do nosso cônjuge. Fazer com que vejamos as pessoas como inimigos. Tenho visto tantos relacionamentos de amizade ou casamento sendo perdidos e muitas vezes por coisas mal resolvidas que foram se acumulando ao longo do tempo.

Quanto mais fui orando e tentando aprender com Deus como lidar com os conflitos e também a enxergar ao outro na visão de Deus, mas tenho visto que muitas vezes a minha forma de pensar a respeito do outro estava errada.

Eu e meu marido estamos cada dia aprendendo mais um com o outro, aprendendo a lidar com os defeitos e fraquezas do outro, e a resolver os conflitos de forma mais rápida e eficaz. Estamos aprendendo a correr um para o outro no momento do conflito, ao invés de correr um do outro. Estamos aprendendo a deixar que os conflitos nos unam mais e nos tornem mais "invencíveis".

Durante uma de minhas conversas com meu marido, falei para ele com o que gostaria que ele me ajudasse em casa. Eu gosto de cozinhar e fazer os serviços domésticos, então queria que ele me ajudasse com apenas algumas coisinhas que significavam muito para mim, sendo uma pessoa com a linguagem do amor Atos de Serviço. (Para saber mais sobre este assunto, leia o livro As 5 Linguagens do Amor)

Eu cresci em um ambiente sempre extremamente limpo. Mesmo quando não tínhamos uma funcionária que viesse todos os dias, a casa estava sempre em ordem e sempre limpa. Portanto eu carrego isso em mim, gosto de limpeza, de ordem. Não gosto de ver roupas no chão, almofadas fora do lugar, copos sujos espalhados pela pia.

Eu pedi que ele colocasse os pratos e copos sujos à noite, depois da janta na maquina de lavar louça. Que guardasse os pratos da lava louça quando estivessem limpos, que me ajudasse a manter a sala de estar com as almofadas arrumadas e os enfeites no lugar. Simples, né? Hahaha

Então, depois de muitas conversas e de muitas vezes eu expressar para ele que queria essas coisas, ele finalmente começou a fazer todos os dias.

Ebaaa!! Só que não! Me deparei com uma parte minha que não queria enfrentar, aceitar ou enxergar. Que triste!

Eu acordei um dia, e TUDO estava no lugar. Almofadas, pratos, talheres, enfeites, cobertores. Simplesmente tudo que havia pedido, ele havia feito, e bem feito! E aí, eu olho para a nossa varanda e vejo a vassoura que uso dentro de casa lá fora. Foi como se todo aquele esforço que ele teve em fazer TUDO o que tinha pedido não existisse, e eu só visse a vassoura lá fora.

O sangue esquenta, irritação, corro para a porta reclamando e o maldizendo para pegar a vassoura o mais rápido possível e trazer para dentro e já pensando no que iria falar para ele. 

- Como ele ousa colocar a vassoura que varro dentro de casa lá fora... Com a sujeira de fora, de pó, de terra.
- Será que ele nunca aprendeu que isso não pode?
- Que tipo de criação deram para esse homem? O que os pais dele fizeram?
- Como ele pôde deixar a vassoura lá fora! Que absurdo!

E de repente, foi como se eu tivesse saído do meu corpo e me visto nesta cena ridícula. Eu comecei a rir de mim mesma.

NÃO! NÃO PODIA SER! NÃOOOOOO!!!!

Eu estava repetindo uma cena que havia visto inúmeras vezes na casa dos meus pais e dos meus avós.

NÃO!! NÃO PODIA SER!! EU SOU IGUAL A ELAS?? COMO ASSIM?

Depois de uma vida toda vendo cenas como essa, eu realmente havia me tornado igual. Minha alma absorveu aquelas ações e reações, e agora eu, em minha casa as estava repetindo sem perceber.

A casa de meus avós sempre foi impecável. Não se via um pelinho se quer fora do lugar. Os sofás eram cobertos por plásticos e panos para não estragarem. Tudo estava sempre limpo e em ordem. Mas de que adiantou tudo isso? De que adiantou ter um sofá bonito sempre coberto por plásticos e panos? Depois que meu avô faleceu, minha avó teve que ir morar com meus pais... E seus sofás novos e cobertos nunca puderam ser expostos e admirados. Tiveram que ser vendidos.

Na casa dos meus pais, quando eu era pequena, tinha muitos tapetes com franjas. E eles ficavam no chão em todo o caminho do meu quarto até a cozinha, vários deles. Eu e minha irmã, toda vez que passávamos por eles, se tirássemos as franjas do lugar, tínhamos que nos abaixar e arrumar imediatamente. Essas são memórias que não esqueço.

Enfim, venho de uma família limpa e organizada e não tem nada de errado com isso. Mas quando isso se coloca como um obstáculo em nossas vidas, aí sim, é um problema.

Lá estava eu, em minha casa, com tudo organizado, e uma vassoura fora do lugar conseguiu me tirar do sério e a ter uma atitude horrível em relação ao meu marido, que antes de sair de manhã se esforçou para fazer cada uma das coisas que havia pedido...

Então foi como se o Espírito Santo tivesse vindo e dito:

"Denise, está na hora de lidarmos com essa área de sua vida. Porque não vale a pena deixarmos as pequenas coisas, ou grandes coisas nos tirarem do sério e fazerem com que machuquemos as pessoas que amamos, e que nos amam e estão nos servindo."

Eu adoro como o Espírito Santo pode ser tão doce e tão no ponto!

Então eu fui ao meu marido no final do dia, e chorando e rindo, contei para ele sobre minha experiência, e como o Senhor estava me instruindo a mudar. Não preciso nem dizer quão feliz ele ficou que eu tenha enxergado essas coisas e mais ainda, que estava disposta a mudar.

Dói. Machuca. Incomoda.

Uma parte de nós deve morrer. E nós precisamos consentir com isso.

Eu quero refletir Jesus em minhas atitudes, não quero ser um reflexo da podridão das gerações passadas.

Sim, eu ainda quero ter uma casa organizada e limpa, e quero que cada membro de minha família me ajude a manter e cuidar das coisas. Mas acima disso, quero saber priorizar meus relacionamentos e as pessoas que amo. Quero aprender a ver mais as coisas boas que eles fizeram ao invés de só enxergar as ruins e dar tanta importância a elas. Não quero mais deixar essas pequenas coisas me tirarem do sério e me afetarem tanto. Quero ter, ser e refletir mais da paz e amor de Jesus em meu lar.

Deixar essa parte de mim morrer não é fácil, nem agradável, mas necessário. E quando ficar livre disso eu poderei refletir mais Jesus para outras pessoas e poderei ajudar as pessoas que tiverem as mesmas dificuldades que eu a superá-las de uma vez por todas.

Enfrentar este processo da mortificação não é fácil e requer algo de nós. Quando o Espírito Santo nos revela algo em nós que precisa morrer, é porque Ele sabe que podemos receber essa palavra e que podemos seguir em frente com o processo de mortificação.

Mas veja, o Espírito Santo não vai vir dentro de nós e arrancar o que é ruim, Ele nos mostra e agora cabe a nós nos submetermos ao processo através do jejum e da oração. Vemos muitas pessoas que oram há anos e anos e estão sempre esbarrando nos mesmos problemas, porque? Ué, é muito simples, porque toda vez que o Espírito Santo as revela algo que precisa ser lidado elas ignoram e não lidam com essas coisas, e com o tempo sua consciência fica cauterizada a respeito dessa questão. Vamos dar um exemplo.


Uma pessoa tem um hábito horrível de falar mal das pessoas pelas costas. Ela está sempre achando algo ruim para falar de uma pessoa para outra. Mas ela começa a orar, a ler a bíblia, orar em línguas e jejuar. Um dia o Espírito Santo finalmente consegue mostrar para aquela pessoa que esta atitude não é agradável a Deus, e está machucando aquela pessoa e as pessoas ao seu redor.

Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
Tiago 3:8-12

Uma pessoa que bendiz a Deus, mas também fala mal das outras pessoas não é fonte doce é salgada. E para se tornar uma fonte doce, precisa passar pelo processo da mortificação.

Então a pessoa recebe a instrução do Espírito Santo, mas por ser um processo doloroso, ignora o alerta do Espírito Santo e ESCOLHE não lidar com isso. A pessoa continua orando, mas toda a vez que o Espírito Santo traz este alerta, a pessoa o ignora e continua a agir de forma errada. Com o passar do tempo, a consciência desta pessoa ficará cauterizada e ela nao conseguirá mais ouvir a voz do Espírito Santo sobre esta questão.

Vamos dar uma olhadinha nesta ótima explicação sobre consciência cauterizada que encontrei em um site de estudos da palavra:


A consciência cauterizada é mencionada em 1 Timóteo 4:2, onde Paulo fala sobre aqueles cujas consciências foram "cauterizadas" ou tornadas insensíveis, da mesma forma em que a pele de um animal marcado com um ferro em brasa se torna insensível a mais dor. Para os seres humanos, ter a consciência cauterizada é resultado do pecado contínuo e impenitente. Eventualmente, o pecado adormece o senso moral de certo ou errado e o pecador impenitente torna-se insensível aos avisos da consciência que Deus colocou dentro de cada um de nós para nos guiar (Romanos 2:15).
Leia mais:http://www.gotquestions.org/Portugues/consciencia-cauterizada.html#ixzz3LVk9s8Zg


Isto é algo muito sério, porque apenas um acontecimento muito dolorido e marcante vai fazer esta pessoa se voltar para Deus e querer voltar a enxergar tudo o que está errado com ela. Eu sei, porque eu passei por isso, e posso dividir esta experiência em uma outra oportunidade.

Então vamos escolher sim nos entregarmos ao Senhor em oração e jejum e deixar que Ele nos limpe de tudo o que é contra Ele em nossas vidas para que possamos realmente refleti-lo em nossas atitudes. Vamos fazer o que Ele pedir que façamos para ficarmos realmente livres para sempre!

Obrigada Jesus por nos amar como somos, mas também por nos corrigir quando precisamos e nos levar a mudança!

Se você tiver uma vida de oração isso irá acontecer regularmente com você. Quando você enxergar seus erros, e estiver difícil de lidar com eles, NÃO DESISTA! Intensifique a oração e o jejum e você ficará livre!

Pare de carregar esses sacos de lixo, seja livre!


Eu recomendo dois materiais para mulheres. O vídeo abaixo de um dos dias do Congresso Mulheres Diante do Trono Centro Oeste. Este vídeo tem mais de 5 horas no seu total, e eu realmente recomendo que você separe esse tempo para o Senhor e se entregue a Ele através destas 5 horas de louvor, bate-papo e ministração da Palavra.





E também o livro Reflexos da Alma das autoras Ana Paula Valadão, Helena Tannure e Devi Titus. Esse livro vai nos levar a refletirmos sobre nós mesmas, sobre a imagem que estamos refletindo e de onde está realmente vindo está imagem. Eu estou na metade do livro e estou gostando muito!




Facebook:  https://www.facebook.com/pages/Escolhas-do-Amanhecer/532655886844211
Blog: http://escolhasdoamanhecer.blogspot.com/
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCxbmrbW6s6OCK3OwMmoD_0Q

Atenção! Se você se cadastrou para receber as novidades do Blog por e-mail, não responda ao e-mail, porque não tenho como receber. O cadastro é automático e não tenho acesso a ele. Portanto se quiser entrar em contato via e-mail deve ser feito através do endereço: dias.denise@gmail.com