Oi Galera!
Como muitos de vocês sabem eu tenho uma enteada de 10 anos. E
por causa dela nos últimos 3 anos eu tive que aprender muito sobre crianças. A
gente acha que sabe uma ou outra coisa até ter que cuidar ou ter uma, aí são
outros quinhentos. (rs)
Todo o conceito de ser filho de pais separados é muito
triste. É difícil ver a criança tendo que se dividir em duas, tenho que
participar de duas famílias diferentes, com hábitos e costumes diferentes. É difícil
ver a criança ir e vir de uma casa para outra e ter que se ajustar para onde
está indo. Os primeiros momentos às vezes são difíceis, pois há de ser feito um
ajuste mental e emocional para a criança se ajustar ao novo ambiente.
Mas para muitas crianças hoje em dia esta é a regra. Por
isso se você tem um enteado/a tenha paciência e respeite este momento da troca.
Coloque-se no lugar da criança. Crianças não tem maturidade emocional para
lidar com muitas destas coisas e por isso podem ter reações inesperadas ou
confusas.
Mas não quero falar sobre isso hoje, isso fica para outro
dia. O que quero falar hoje é sobre as datas comemorativas e a infância. Minha
enteada sempre quer comparar o que fazemos aqui com o que é permitido na casa
da mãe dela. E eu sempre tento passar meu ponto de vista e como fazemos as
coisas aqui, e que todas as pessoas são diferentes. O difícil nessa situação é
expor seu ponto de vista sem dizer que o que a outra família faz é errado ou
ruim. Pois quando falamos mal dos pais da criança é como se estivéssemos falando
mal dela própria.
Então o famoso Halloween está se aproximando aqui nos
Estados Unidos, e ela comemora este dia com a outra família, mas nós não
comemoramos. Então ela veio me perguntar se minha mãe comemorava o Halloween, e
eu expliquei que não temos este dia no Brasil. Não entrei em detalhes de como
de uns anos para cá este dia tem se propagado no Brasil e se tornado mais
comum, mas ainda assim não é algo que se vê pelas cidades.
Aí ela perguntou se minha sogra comemorava, e como eu já
havia conversado com a minha sogra sobre isso, eu respondi que ela não deixava meu
marido participar ou comemorar. Então ela parou de falar no assunto e ficou
pensando.
Quando somos crianças tudo que nossos pais falam são
verdades absolutas, mas para uma criança de pais separados com visões tão
diferentes, tudo se torna confuso e de repente ela tem duas mensagens sendo
pregadas para ela.
E foi então que eu comecei a pensar sobre o Halloween, e o
que é feito pelas crianças nesse dia. Sem pensar em todos os fatos históricos
que podem ser verdade ou não. Aqui o Halloween é comemorado assim: muitas casas
são decoradas com teias de aranha, aranhas gigantes, zombies, esqueletos e todo
tipo de coisa assustadora e até sangrenta. Depois no dia 31 de outubro à noite,
as crianças se vestem com fantasias (boas, más ou assustadoras) e saem batendo
de porta em porta falando Trick or Treat? Agora você sabe o que significa isso?
Significa Doce ou Travessura. A palavra trick significa travessura, ou pregar
uma peça. Então se uma casa não dá doces para criança esta deve fazer algo
naquela casa, jogar papel higiênico, colocar pasta de dente na maçaneta da
porta e por aí vai.
Agora se somos uma família cristã, porque iremos vestir
nossas crianças com fantasias em um dia que é celebrado coisas macabras e
maldades só para comer uns doces? Será que não há uma forma mais alegre de
comer doces e usar fantasias?
Entendem onde quero chegar?
O seu filho, como todo bom filho, pode até falar, “mas eu
não vou fazer maldade, só vou ir com meus amigos e pegar os doces. As casas que
não derem, não vou fazer nada de mal.” Mas porque participar de algo que não
promove a Cristo e nem aos seus princípios?
Outra coisa que me incomoda é toda essa farsa de Papai Noel,
Coelho da Pascoa, etc... Porque vamos mentir para nossos filhos, como cristãos
e criar essas histórias que não são verdade? Que beneficio estamos tendo ou
passando para nossos filhos?
Como eu já disse os filhos até certa idade tem o que os pais
falam como verdade absoluta. Há uma confiança muito grande do filho para com a
figura do pai, mãe ou figura de autoridade. Vamos dar alguns exemplos.
Um dia minha enteada estava sentada na mesa e me perguntou o
que um negocinho que estava lá era, eu não me lembro exatamente o que era, mas
eu fiz uma brincadeira com ela, e disse que era de comer, e como vi que ela ia comer mesmo, disse
rapidamente que era só brincadeira, que não era para comer não. Aí ela disse: “Ahn
é? Porque eu confio em você Denise, se você falar que é para comer eu vou
comer!” Fiquei com muito dó, porque ela é bem sincera sabe? E expliquei que
realmente não era para comer, que eu estava apenas brincando mesmo (quem me
conhece sabe que eu adoro fazer brincadeiras bobas assim).
Outro exemplo foi de quando eu tinha uns 12 anos de idade e
meu pai subiu no telhado de casa. Para subir no telhado tinha uma escada na parede,
e o telhado era plano. Mas como meu pai não queria que eu e minha irmã subíssemos
lá ele disse que havia baratas no telhado. E eu fiquei acreditando nisso por
muitos anos, mas muitos mesmo. Até que descobri que era mentira, e fiquei bem
chateada por meu pai ter mentido para mim, pois eu havia realmente acreditado
nele...
Então será que não podemos ser honestos com nossos filhos,
como cristãos, e buscar fazer as coisas de forma santa e que agrade a Deus?
Afinal se vamos ensinar aos nossos filhos sobre Jesus, será que tudo que
falamos não será descartado uma vez que nossas atitudes não condizerem com
nossos ensinamentos?